para ler e fazer "quem olha pra fora, sonha; quem olha pra dentro, desperta".

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amante da cozinha, amante da natureza, e da cura através dela

domingo, junho 15, 2014

Retomando...com uma nova história, que ainda terá seu final feliz!

Pois bem... faz muito tempo que ensaio esse retorno, e não tive muita força.
Quem sabe agora eu reinicio, meio errada, mas é sempre passo dado, certo?
Acho que ninguém lê, e de certa forma isso é um alívio. Preciso colocar pra fora sentimentos que não pretendo demonstrar, nem fazer saber àqueles a minha volta próxima, muito menos a amigos e familia. Se você, por alguma chance se enquadra nisso, por favor, finge que não sabe de nada... vai me ajudar sendo assim, te garanto!
Vou fazer desse espaço uma auto terapia, uma válvula de escape, um amigo imaginário.
A grande verdade é que no último ano e meio tenho vivido uma experiência que, ao longo do tempo fui descobrindo, muitas mulheres vivem, mas você nunca ouve falar...
A coisa foi assim: depois de muito, muito tempo guardando a vontade de ser mãe só pra mim, depois de esperar pacientemente um momento onde meu parceiro, meu amor, se mostrasse um pouco mais confortável com a idéia e com a possibilidade de aceitá-la, resolvi que era hora de ser mãe.
Isso foi em novembro de 2012. Tínhamos uma viagem de natal marcada; destino: Cancun. Me pareceu delicioso aproveitar a oportunidade do paraíso caribenho para uma possível concepção de um nenem!
Fui ao médico, e finalmente me expus a todos os exames necessários pra ter certeza que tava tudo certiinho (exames os quais eu sempre fugi, com medo dos resultado), preparado dentro de mim... e não podia ser diferente (apesar da esperança de ser diferente): meu temor de tantos anos anterior àquele momento se confirmou... eu tinha as 2 trompas obstruídas, e assim, impossível engravidar de maneira natural.
Foi uma bagunça! Eu fiquei arrasada, culpada, com medo, triste, perdida, e tudo que uma mulher pode sentir ao saber que ela de certa forma, não é mulher por inteiro; faltava um pedaço. Ou melhor.. tinha demais: tinha duas trompas fechadas, fechadinhas.
Corri, voltei ao médico, que me indicou outro médico, um especialista em trompa. Se ele não pudesse resolver, dificilmente outro médico poderia.
A sorte nessa hora: um marido, cujo trabalho nos permite um plano de saúde extraordinário. Tinha um reembolso generoso por consulta! Exatamente o valor que esse tal médico indicado cobrava.
Fui, e ele me tirou toda e qualquer esperança de desobstrução tubária, e foi muito categórico nas 2 ou 3 consultas que fiz com ele: teria que partir logo pra uma FIV (fertilização in vitro - o famoso 'bebê de proveta').
O custo? Muito, muito alto! Reembolso? Nada... Começaria alí um processo de uns R$ 18 mil., e sem a certeza de sucesso.
Bom, nem precisa dizer que deixamos pro ano seguinte... não teríamos tempo, nem saúde mental pra fazer tudo isso naqueles últimos dias de dezembro, antes do nosso embarque ao México. Tiramos férias, inclusive mental.
Voltamos, reiniciamos.
Achei que seria importante ter novas opniões. Abri o jogo com meu primo mais próximo e a mulher, de quem tanto, tanto gosto e confio. Ela me indicou a médica dela, especialista em gravidez de alto risco. Ela também teve algumas complicações na segunda gravidês (nas várias tentativas, digamos assim, até que conseguiu ter seu segundo filho!).
Fui à tal médica, que foi extremamente atenciosa e carinhosa! Mas ela não trabalha com FIV, nem reprodução humana neste sentido... então me indicou a Dra. Syomara. Recomendações das melhores, segundo ela: uma mulher altamente positiva, com o astral no céu. E o melhor de tudo: todas as paciêntes indicadas engravidaram!
Mais uma vez, segui meu caminho: vamos conhecer essa 3a médica.
Longe, fora de mão, mas o metrô aliado me fez chegar fácil, e apagar um 'obstáculo' de caminho que costumo construir na minha cabeça, quando o lugar é desconhecido àquele que até hoje circulei.
Adorei a Dra. Syomara! Adorei de cara!
Logo na recepção conheci uma mulher, jovem como eu (talvez uns 2 anos mais velha?), que me disse ser paciente da Dra dês de pequena; ela tinha sido sua gineco a vida toda, e nunca imaginou que sua especialidade fosse a reprodução humana para mulheres com dificuldades. Essa menina não tinha diagnóstico certo... nunca ninguém descobriu o porquê do não sucesso de engravidar, e quando soube que a Dra. Syomara era ponta firme nisso, deixou o médico que a atendia nesse caso, e voltou a se consultar com sua médica de sempre. E estava muito, muito feliz.
Conversamos um pouco, e ela era muito agitada, engraçada, positiva... e dizia que não entedia a minha calma... (mal sabia ela o turbilhão dentro de mim, e a força absurda pra manter aquela calma externa, sem surtar em cada palavra que saísse da boca). Foi uma simpatia mútua e imediata! Confesso que nunca mais ví ela, mas sabemos do processo uma da outra através da médica, que soube desse nosso 'encontro' na sala de espera no consultório. Espero que ainda a encontre!
Bom, a dra. se recusou a pensar e aceitar a FIV assim tão de sopetão! Disse que precisaríamos fazer mais exames, fazer uma busca mais apurada, e ter certeza de todas as reais possibilidades (ou não) dessa gravidez.
Mais exames, mais consultas, mais e mais... um turbilhão que te deixa zonza, que te exige acordar mais cedo, chegar do outro lado da cidade pra isso, aquilo, e ter tempo de estar no trabalho em tempo, sem atraso, não levantando nenhuma suspeita, nem perguntas alheias, de qualquer mudança no meu dia a dia. Isso mesmo: não contei às pessoas... pouquíssimas sabem. Posso contar nas 2 mãos a quem falei. A família já tem muito drama.. não queria ser mais um, nem ser olhada por quem fosse, com um ar de pena, ou tristeza. E ficar toda hora explicando como vai o processo, isso, aquilo?? Pelo amor... tou fora! Nesse ponto, quero ser mais que anônima! Tem seu preço, mas ele é mais barato que o contrário.
Lá pro fim de abril minha médica achou que talvez eu tivesse água nas trompas, o que dificulta a chance de gravidez pela FIV. Essa água pode ter um grau de acidez grande, e se colocamos o embrião nesse meio, ele pode morrer. Talvez eu esteja explicando de uma maneira bem tosca, e ela reprovasse o que tou dizendo.. mas o entendimento é esse: eassa água pode ser prejudicial, e ponto. Ela disse que a melhor maneira de saber com certeza se tinha ou não essa água, era com um exame 'padrão ouro' (como ela costuma chamar os procedimentos top, sem erro), a videolaparoscopia. Examezinho chato, invasivo, que exige anestesia geral. Se tivesse água, no mesmo exame já era possível tirar as trompas, assim essa água não atrapalharia mais.
Ela resistia ao procedimento, enquanto eu naquele ponto, cansada, ansiosa, falava logo: "arranca essas trompas! Se elas não me ajudam, também não quero que atrapalhem! Marca logo isso!" Ela resistiu (ela sabe ser um procedimento agressivo, e que é uma decisão que precisa ser muito bem pensada; entendo ela. É humano isso!), mas depois topou.
Marcamos pra 3a semana de Maio, logo depois do meu aniversário de 36 anos. O tempo tava passando, minha reserva ovariana não se mostrou das melhores, e eu sempre preocupada com isso.
Mais uma vez, contei só aos que não podia deixar de contar: chefe, primo e a mulher, e só. Inventamos uma balela no trabalho, e operei numa sexta, assim podia me recuperar no fim de semana, sem faltar ao trabalho mais que um dia.
Operar é sempre uma loucura... a anestesia geral, o mal estar, o medo, o frio na barriga...
Meu amado e maravilhoso marido lá, do meu lado... lindo como sempre.
Quando acordo e me recupero um pouco mais da anestesia, demora um pouco e falo com minha médica: "e aí, tirou as trompas?". Ela, eufórica, logo retrucou: "eu te disse que a gente precisava ver antes, né? pois é... não tirei! a vida foi muito caprichosa  (acho que ela usou uma palavra que não foi essa, mas parecia com isso), e tampou suas trompas só no final; conseguimos desobstruir as duas!"
Eu não podia acreditar!!! Fui pra tirar 2 trompas, e no fim... saí de lá com 2 trompas praticamente 'novas'. Claro, ela me explicou que talvez não fossem mais funcionais, que os cílios internos da trompa poderiam ter se desgastado, formando trompas 'carecas', mas não deixava de ser uma chance! Saí do hospital irradiante de esperança! Recomeçaria de uma nova maneira! Foi um presente de aniversário...
Isso já faz algum tempo... nossa!